sábado, 10 de maio de 2008

Aos partideiros

Proibir passeata é um ato democrático, da mesma democracia que me proíbe de chamar homossexual de viado ou que me permite invadir o Iraque.

Não sei porquê, nem por onde, a Justiça brasileira resolve suas bagatelas. Vou fingir que não houve nenhuma intervenção do Secretário de Segurança Pública do Estado, nem porque cresce em número preocupante (sim!) a onda de jovens caretas e religiosos demais. O mundo retrocedeu no caminho mais austero da palavra.

Na esquina um velho papo inflamado foi discursado que a música contemporânea é uma merda, assim como a piada e todo o bom-humor derradeiro do século 20, ah, ficou para trás. Sinto tudo como um problema simples, não há liberdade. Resumir não é um dom dos contraditórios, mas um recurso para quem quer se fazer entender.

Compreender como a democracia extinguiu a liberdade é um assunto tanto quanto vasto, como oftamologista eu não analiso, somente aponto.

Ouvi ainda por esses dias de proibição de passeata, uma promotora pública dizer que realmente a Constituição protege o livre pensamento, MAS que esse livre pensamento tem limite. Uma coisa que é livre e tem limite não cabe numa frase de nexo lógico. Outrora permaneceremos impunes. È como se a cada besteira encenada eu mesmo me apunhalasse o coração centenas de vezes.

Não satisfeito apunhalo o coração de todos os desleixados de um direito nato da democracia, respeitem o próximo. E aos que tomem partido de assuntos que dançam conforme a circunstância, vejam bem qual partideiro que seguem, atualmente a ladra só aumenta...

sábado, 5 de abril de 2008

Sambinha ciclonal

Quais virtudes da música popular são diferentes das virtudes que o samba incorpora, de sambista ao partideiro, seresteiro eterno de uma tradição pandeirística e o balancê que não cansa de desassogar da Lapa à Madureira.

Deleite que a hereditariedade de Diogo Nogueira e Mart´nália não permitem morrer em águas menos rasas de outras culturas cibernéticas. As bênçãos de dois cariocas que em conjunto tiveram que agüentar firme os batuques e os bafos tenebroso de cerveja de seus pais.

A de Martinho é sangue forte, tem uma marra de malandra e uma masculinidade tão delicada que cada passo de seu timbre meticuloso é terreno do sonho e da primazia absoluta. Mart tem um gingado abençoado, negona mermo com orgulho que muitas desconhecem quando observam o sarará do seu cabelo ou a morenice da sua voz. Como se fosse possível surgir uma nova Elza Soares, só o Rio...

Os Nogueira estão esperançosos, o bi-campeão de sambas da Portela ainda é moleque, tem um molejo maroto e ainda se enfeita para as moças da gafieira, é jovem e bem apessoado, tem história na metade dos seu genes o que, de maneira nenhuma, demonstra medo ou pé atrás na hora que o coro tem que comer. Para este espera um poeta romântico, apesar de flertar com um pagode de menos proporção poética e mais bate-estaca, Diogo toma jeito e trova bem, em breve, teremos um bamba.

Meio sem querer a coisa que chama cultura, ou a coisa que samba chama, vira a coisa completa, a coisa que sentimos forte no coração como um surdo marcando a passagem de um rio de lágrimas e risos. Eu sofro demais, eu sofro e ao samba me entrego, é o último fio de alegria do mundo, é a única coisa que mantêm destino de sonhos a Mangueira, Pilares e o Estácio.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Não é de hoje, mas percebe-se que a América Latina é o último berço socialista no mundo globalizado, capitalizado e de forma cada vez, um processo de capitalismo global iniciado com a Revolução Industrial vai chegando a sua totalidade.

A Guerra Fria deixou marcas em Cuba, China, Coréia, Vietnã, Afeganistão, Angola, Congo. Deixaria marcas no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia se não fosse, de uma maneira contundente, havido intervenções, hoje conhecidas, que causaram formas de governo totalitárias e massacrastes. È confuso dizer, mas um disposição natural de um país com um movimento sindical forte seria a queda ao comunismo soviético. Massacrar essas mobilização somente adiou um processo que se figurava com clareza e que agora causa dor de cabeça ao capital global.

Passada a época do cacetete, a dita esquerda americana se remobilizou, novas organizações foram criadas e que hoje, passados alguns anos, chegam ao poder e de certa forma, Chavez,
Morales, Correa e Lula fazem parte do mesmo produto histórico. O que incomoda é o possível caminho socialista que a América poderá tomar daqui em diante, tendo em vista os erros do modelo soviético e chinês, com as benções de Fidel.

Massacrar os sistemas populares de 60 a 80 só criou um clima de revolta e desacerto entre quem sofreu golpes duros por ideais. Tudo parece estar na mesma, porém um fato comove, quem dita as regras do jogo político é a esquerda, a mesa virou, o que espanta não é o Lula em afeto com Sarney, é justamente o contrário, é Sarney tendo que reconhecer que o barbudo analfabeto é maior que ele.

Há muito tempo eu escuto esse papo furado
Dizendo que o samba acabou
Só se foi quando o dia clareou



Seremos livres, seremos livres, seremos livres.

quinta-feira, 27 de março de 2008

100 anos de futebol mineiro

Minas Gerais é um estado singular. Ninguém se orgulha tanto de uma terra abençoada de interior. O Brasil deve muito a Minas, a invenção do jeca, a captação de tesouros em suas alterosas cujas curvas inspiraram a arquitetura da capital. Minas é um estado único e Belo Horizonte uma cidade única.

Construída especialmente para portar a administração de um dos estados mais ricos do mundo, deixamos Ouro Preto para trás e decodificamos um mineiro hi-tech. Hoje a capital do estado não se opõe a servir pão de queijo delivery e broa de fubá no fast-food.

Assim como o futebol começa na capital, que acaba de ser inaugurada da forma mais romântica possível. Um grupo de meninos se une e funda um time de futebol. Se reuniam sempre após as aulas da escola, ou mesmo durante elas para jogar futebol no coreto do parque municipal. A partir dessa associação cria-se o Athletico Mineiro Football Club. Uma tia dos meninos confecciona uns uniformes, a sede do clube é instituída na garagem da casa dela, uma senhora que só querendo fazer o bem aos meninos da rua, acabou pro criar umas das histórias mais emocionantes do futebol do planeta. Eram eles: Aleixanor Alves Pereira, Antônio Antunes Filho, Augusto Soares, Benjamim Moss Filho, Carlos Maciel, Eurico Catão, Francisco Monteiro, Hugo Fracarolli, Humberto Moreira, Horácio Machado, João Barbosa Sobrinho, Jorge Dias Pena, José Soares Alves, Júlio Menezes Mello, Leônidas Fulgêncio, Margival Mendes Leal - esse o primeiro presidente -, Mário Neves, Mário Lott, Mário Toledo, Mauro Brochado, Raul Fracarolli e Sinval Moreira

Logo aqueles moleques se tornaram invencíveis, o time de garotos nunca perdia, e num terreno baldio, onde hoje fica a um importante prédio da administração do estado, próximo a Praça da Liberdade, o primeiro campo oficial de um clube em Minas Gerais.

Depois das vitórias, os títulos. O primeiro foi em 1914, quando a equipe já se chamava Clube Atlético Mineiro, no primeiro torneio de futebol realizado em Minas Gerais, o time conquistou a Taça Bueno Brandão de forma invicta e sem sofrer nenhum gol. É do Atlético também a marca de ter o primeiro jogador fora do eixo Rio-São Paulo a ser convocado para a Seleção Brasileira. O atacante Mário de Castro foi chamado em 1929, mas rejeitou o convite.

O primeiro título de expressão nacional veio em 1937, quando o time alvinegro se sagrou Campeão dos Campeões do Brasil. Em um torneio promovido pela Federação Brasileira de Futebol (FBF), que reuniu os campeões de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Depois da conquista, o cartunista Fernando Pieruccetti, o Mangabeira - falecido em 2004 – criou o mascote do clube: o Galo, devido a raça e o espírito de combate dos atletas.

Em 1950, o Atlético conquistou seu primeiro título internacional. Em uma inédita excursão pela Europa, o time disputou dez partidas, contra equipes da Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo e França. Foram seis vitórias, dois empates e duas derrotas. A campanha rendeu o título simbólico de 'Campeão do Gelo'.


Mas o principal feito dos atleticanos ainda estava por vir. Em 1971, na primeira edição do atual Campeonato Brasileiro, o time alvinegro se sagrou campeão, sobre o Botafogo, no Maracanã, na vitória por 1 a 0, gol de cabeça de Dada Maravilha. Título estampado no peito da camisa alvinegra e que ainda é comemorado pelos torcedores atleticanos.
Do Atlético também pode-se dizer que é o único clube do Brasil a vencer a seleção brasileira, num 2 x 1, gol de Pelé para a seleção, dizem que impedido, Dario e Amaury marcaram para o Galo. Diga-se com toda certeza, que o time atleticano da década de 70 era o melhor depois do Santos de Pepe e o Flamengo de Júnior.


O maior campeão de Minas, um dos times mais consagrados do Brasil, no ranking da CBF o Atlético Mineiro foi o time que mais tempo ficou na primeira posição, e enquanto o campeonato era de pontos corridos, o clube foi o que mais vezes jogou as fases finais. Sendo três vices-campeonatos: São Paulo, Flamengo e Corinthians.


Tem a segunda maior média de público dentre todos os participantes do campeonato brasileiro, perde para o Flamengo quem tem um Maracanã inteiro a seu dispor. A torcida mais fanática e companheira, o atlético é um dos poucos times de massa do Brasil, onde eles estiver, estarão também a insanidade e paixão que marcam o futebol como o melhor espetáculo da Terra depois do carnaval.

sábado, 15 de março de 2008

Good night and good luck


Atenção desesperados do século 21, não é a toa que o espelho não mente. Sendo este que reflete, refleteria seus pensamentos? “Fez da tv um espelho, refletindo o que a gente esquecia”.


Faltou luz, mas era dia.


Mais ou menos como um poema, imagino se nos tempos de Drumond a televisão fosse um grande simulacro de sentimentos, o que seria de José, se a tv não liga? O que seria de Matrix se não fôssemos manipuláveis? O que seria do mundo se fôssemos livres?


Haveria sexo sem filme pornô, beijo na boca sem happy end. Dançaria house na boate sem novela, iria ao fim do mundo procurar uma tela, se apegar a ela, não largar dela mais, enquanto produzisse imagens, e ajudasse seu coração a bater.


Se lembrasse da morte pensaria no vampiro, o extra-terrestre me lembra um filme e o cigarro não é cigarro sem o punho sedutor de um ator embelezado. Meu uso de àlcool, minhas cartas marcadas, meus desejos e aspirações. Sou uma imagem refletida sem desgosto, numa tela branca e grande, uma platéia ávida pelos meus passos do inconsciente, sou um espetáuclo já gravado, editado, nunca assistido, pirateado e admirado por quem nunca conheceu.


Não há crítica a minha cibernética, nem organicidade nos bytes que compõe esse texto. Nã o há vida além do código binário.

terça-feira, 4 de março de 2008

PSDB e Gabeira pela prefeitura carioca

O anúncio da candidatura ou não do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) à prefeitura da cidade do Rio de Janeiro está para sair por essas semanas, de todo modo, o PSDB já se mostrou solicito a uma chapa formado entre o partido nanico e o gigante. Eduardo Paes ficará de fora?

Ultimamente temos visto grandes partidos, afogados em escândalos de corrupção, recorreram a grandes nomes da esquerda da época ditatorial para formar chapas vencedoras em eleições modernas. Pode-se dizer que FHC e Maciel formaram uma chapa vitoriosa, tendo ambos um histórico de luta de esquerda no Brasil, coisa que ficou muito confusa no processo de redemocratização da República.

Lula abraçou o bem-vindo dinheiro do PL e, para espanto geral da nação, lançou-se candidato vitorioso formando chapa com José de Alencar, que aposta ganha, já deve ter dirigido argumentos pesados ao barbudo do ABC.

Garotinho também não fez por onde, antes de camuflar sua reeleição às costas de sua esposa, confiando cegamente em Deus e no PT do Rio, disse a Bendita: Neguinha, a gente vai longe. A nossa Bené aceitou, com muito gosto posou de governadora durante um período, Garotinho estava afastado. Ainda mais, cresceu politicamente e foi peça importante nas negociações do PMDB-RJ com o governo central do PT, Cabral Filho é político ágil e trouxe os vermelhos cariocas para a aba de sua batina, até o Minc entrou na roda. Bené ocupa bom cargo na era cabralista. Assim como seu concorrente ao governo Eduardo Paes, secretário do PAN peesedebista.

Recentemente, Clodovil foi eleito deputado pelo PR-SP, seu suplemente é, nada menos, o presidente do partido em São Paulo, de linha conservadora e autoritária. Clodovil sonha com a votação da união civil de homossexuais, seu suplemente quer mais que um pití do deputado seja indeferido como quebra de decoro parlamentar.

A ética da República das bananas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Enquanto houver Cuba





Fidel levou até onde pode, ditador destes deveriam existir aos montes pelo mundo, a ditadura de Castro é uma prova que se a voz do povo é a voz de Deus estamos todos fodidos.

Sobe Raúl, o último guerreiro da Revolução que expulsou da ilha mais famosa do mundo um bando de norte-americanos exploradores dos campos de tabaco, escravagistas e conspiradores. Cuba representa muito mais que uma nação comunista falida e decadente, representa o ideal de um mundo de economia planificada, de ideais de igualdades, uma alternativa de vida humilde e singela num paraíso do Caribe.

Quanto ao tempo, maldito tempo, está prestes a enterrar um grande herói para uma horda gigantesca de admiradores jovens, velho, incompreendido, de olhar perdido e fala que se perde aos ventos de paredes de chumbo. O que fizeram a ti Fidel, não esqueceremos, quando deram as costas ao seu povo, seguraste a bandeira do país com firmeza, e sozinho, carregou toda uma nação nas costas, não foi o tempo todo correto, mas agiu como se fosse e convenceu em muitas ocasiões, o último líder do século XX.

Mal sabe seu povo, que hoje foge de sua rédea incompreendidos ingratos, que se hoje todos lêem e muitos se formam campeões no Olimpio do esporte e da vida, devem ao preparo que seu líder deu a sua nação, não repare o desgaste de um homem fragilizado, mas do amor de um ser à sua luta, seu apego. Mudar o mundo é impossível, ou pelo menos era. Mais impossível era mudar o mundo até onde sua vista alcança, e isso Fidel provou eficácia.
Aos que fugiram pois se achavam pobres e menores, aos que colocavam as mazelas da ditadura nas prostitutas de Havana, menores de idade mendigando dólares, não mostram a verdade da organização mundial que não quis aceitar um estado comunista e reconhecido pelo seu povo. Derrota da democracia que não cansa de apanhar.

Que Raúl leve até o fim a Revolução de seu povo, até quando não der mais e ser escorraçado pela nova geração cubana hi-tech, apredejarão seu herói com ipods, gritando liberdade porque agora se masturbam com Playboy e podem, finalmente dirigir um Chrysler. Isso é liberdade.



Um sonho bom nunca se esquece, a derrota de Cuba é o explendor da águia, que sobrevoa livre pelas Américas.